Diante dos recentes casos de violência e preconceito protagonizados por seguranças em supermercados, a Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe) criou um comitê para repensar e transformar as práticas atuais. O grupo reúne mais de 600 empresas varejistas e mais de dois mil profissionais de prevenção de perdas e gestão de riscos.
“O modelo de segurança que está sendo proposto pelo Comitê tem como uma de suas premissas o combate à discriminação e a presença de equipes de segurança cada vez mais diversas que atuem de forma humanizada e acolhedora”, contou o presidente da Associação, Carlos Eduardo Santos, à SuperVarejo.
Durante um ano, a iniciativa será liderada pelo Grupo Carrefour Brasil. Segundo Santos, a indicação foi feita por conta de todas as ações que a companhia tem realizado desde a tragédia da morte do João Alberto, em uma loja da rede em Porto Alegre. “A Abrappe acredita em uma segurança cada vez mais humanizada com foco total no cliente e entendemos que as mudanças realizadas pelo Carrefour também caminham neste sentido.”
As iniciativas do grupo estão focadas em três frentes: gestão de conflitos no ambiente comercial, relações com autoridades e gestão de desvios de mercadorias e incidentes. Cursos, discussões e encontros para abordar as boas práticas nas áreas de segurança e prevenção são algumas das ações que estão sendo realizadas para incentivar o combate ao racismo, inclusão e diversidade no varejo.
“Todo processo de transformação cultural exige treinamento e processos bem estabelecidos. Assim que o Comitê disponibilizar os insumos, os varejistas poderão atuar junto aos seus colaboradores, respeitando a sua cultura empresarial”, explica Santos.
De acordo com o diretor de Riscos e Perdas do Grupo Carrefour Brasil, Jérôme Mairet, as diretrizes de segurança que estão sendo implementadas nas lojas da rede são pioneiras no Brasil. “Com o apoio da tecnologia, conseguiremos garantir que qualquer conflito que possa vir a acontecer em nossas lojas possa ser resolvido de maneira adequada e de forma transparente. Acreditamos que este é um modelo que pode estimular uma reflexão do setor sobre o papel da segurança no varejo”, conta o executivo.
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