O consumo de proteína vegetal ganha cada vez mais espaço no Brasil e a prova disso está nos números do painel Usage Foods & Beverages, feito pela Kantar, que mostra 70% dos brasileiros querendo se alimentar de forma consciente, trazendo benefícios para a própria saúde e a do planeta. A pesquisa também revela que 56% dos participantes planejam comprar menos produtos prejudiciais ao meio ambiente ou à sociedade.
Em paralelo ao crescente aumento na demanda por proteína vegetal, o estudo mostra que os brasileiros estão diminuindo o consumo de carne bovina nos últimos cinco anos. Por outro lado, neste mesmo período, o setor conhecido como plant-based, ou alimentos produzidos 100% de vegetais, registrou crescimento de 70% no seu faturamento.
No Brasil, a startup N.OVO produz alimentos à base de vegetais e um dos destaques do seu portfólio é um produto capaz de substituir ovos em receitas e até mesmo em omeletes e ovos mexidos. Segundo Renata Mariano, coordenadora de Trade Marketing da N.OVO, o principal desafio enfrentado pela foodtech até o momento é a diferença de maturidade deste mercado entre o Brasil e os outros países. “Os produtos plant-based vem revolucionando o mercado de alimentos, mas ainda existe uma diferença de níveis. O Brasil ainda possui determinados tabus com relação a qualidade e preço dos produtos”, explica Renata.
Estratégia para o trade e portfólio
A executiva afirma que a startup busca dialogar com o consumidor sem imposições e o foco da marca é o público flexitariano, isto é, pessoas que estão abertas às novas alternativas e buscam reduzir o consumo de proteína animal. “A ineficiência da cadeia alimentícia causa um impacto ambiental negativo no formato que opera hoje. É um grande desafio convencer as pessoas de que é preciso mudar, ainda mais quando se trata de comida”, aponta a coordenadora de Trade Marketing da N.OVO.
Na estratégia de trade marketing da foodtech o supermercado é um dos principais contatos com o consumidor e cria vínculo com o público que queremos envolver nesse movimento de consumo sustentável. “Moldamos nossa estratégia ouvindo sempre o que o consumidor fala diretamente onde os negócios acontecem. Os nossos parceiros supermercadistas também são essenciais para essa troca de informações porque, sem eles, esse canal não teria o impacto que estamos atingindo hoje”, afirma Renata Mariano.