As instituições financeiras em todo o mundo estão enfrentando cada vez mais riscos como resultado de requisitos regulamentares e de relatórios que enfocam os impactos ambientais, sociais e de governança (ESG) de suas operações.
O desempenho ESG de empresas e instituições do setor financeiro está influenciando progressivamente a tomada de decisão de investimento, os critérios de empréstimo e as considerações de seguro. Obviamente, as empresas incapazes de demonstrar uma estratégia ESG colocarão em risco a viabilidade e a resiliência de longo prazo de seus negócios.
Atualmente, as instituições financeiras diferem muito em sua prontidão para a transição para a sustentabilidade, momento em que a agilidade organizacional para responder às novas leis, requisitos e expectativas dos clientes será a chave.
Em uma pesquisa recente da Marsh, 80% dos entrevistados no setor de serviços financeiros classificaram as mudanças climáticas e ESG como uma questão importante ou a mais importante para suas operações.
No entanto, 42% dos entrevistados disseram ter um processo ineficaz, ou nenhum processo, para identificar, responder e implementar mudanças com base em ameaças climáticas e fatores ESG.
Embora não haja uma lista definitiva de riscos ESG a serem considerados pelas instituições financeiras, eles geralmente incluem uma combinação dos itens a seguir.
Meio Ambiente – os critérios que examinam o impacto de uma organização no planeta incluem:
• Cálculo das emissões totais de uma empresa, como uma medida de seu compromisso em lidar com as mudanças climáticas.
• Os planos de uma entidade para a transição para o uso de baixo carbono para garantir a segurança energética.
• Monitoramento e divulgação de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
• Estabelecer metas para práticas de poluição e resíduos.
• Projetos em que eles investem ou emprestam e o impacto desses projetos.
• A transição para o financiamento verde não é apenas a chave para a reputação de uma organização, mas também surge como um requisito regulatório globalmente.
Social – os critérios que examinam como uma organização trata e valoriza seus funcionários e comunidades vizinhas, incluem:
• Políticas de gestão do trabalho.
• Compromissos de saúde, segurança e bem-estar.
• Impactos que uma organização tem na comunidade local e se esses efeitos são benéficos ou adversos.
• Padrões de trabalho dos fornecedores de uma empresa.
• Desenvolver políticas de diversidade e inclusão, igualdade social e privacidade do cliente.
Governança – os critérios de governança avaliam as práticas de governança corporativa de uma empresa, como:
• Estrutura do conselho, processo de tomada de decisão.
• Qualidade e transparência da auditoria.
• Questões relacionadas à remuneração, diferença entre o CEO e o menor cargo, bonus e etc.
As organizações que adotam uma abordagem mais proativa e metódica para entender o impacto que fatores ESG e mudanças climáticas terão sobre seus ativos mais valiosos, sem dúvida, serão capazes de incorporar maiores níveis de resiliência em suas operações. À medida que maior atenção é dada globalmente às questões ESG, a necessidade de agir continuará a aumentar drasticamente.
Luis Guilherme Menezes é Diretor de Linhas Financeiras da Marsh Brasil