Crédito ou débito? Durante muitos anos, antes da pandemia da Covid-19, os consumidores brasileiros tinham essas duas opções na hora de pagar por suas compras. Desde o final de 2020 os brasileiros contam com uma nova ferramenta para pagamentos, o PIX, e, segundo a Associação Brasileira de Bancos (Febraban), esse modelo se consolidou e hoje é o meio de pagamento mais usado no país. Em janeiro deste ano, os pagamentos feitos via PIX ultrapassaram as transações com cartões de débito e, no mês seguinte, passou a ser mais usado do que o cartão de crédito.
Nos supermercados, a ferramenta também vem ganhando cada vez mais espaço, já que as taxas cobradas pelas operadoras de cartões não se aplicam ao pagamento pelo PIX. De acordo com Alberto Serrentino, sócio da HiPartners, o PIX no supermercado atrai clientes e aumenta a frequência dos consumidores no estabelecimento. “As pessoas vão discriminar o destino de compras em lojas que não aceitam PIX. Isso servirá tanto para transações em comércio, quanto para prestadores de serviços. Hoje, o PIX é usado como meio de pagamento em varejo informal, semi informal, MEIs, ambulantes, e torna tudo mais seguro e conveniente”, aponta.
Para o executivo, que fundou a Varese Retail e é vice-presidente da Sociedade Brasileiro de Varejo e Consumo (SBVC), a percepção que o consumidor tem das empresas de varejo que oferecem pagamento via PIX também está relacionada à inclusão de pessoas desbancarizadas. “Os consumidores passam a ter acesso a pagamentos digitais com mais segurança, conveniência e praticidade. O PIX vai ter um impacto transformador em toda a cadeia de pagamentos e as empresas que não oferecem serão discriminadas por parte dos consumidores”, afirma Alberto.
Menor custo e tendência de crescimento
Segundo Serrentino, cada vez mais brasileiros se acostumam a usar o PIX como forma de pagamento, principalmente porque ele reduz custos tanto para o usuário, quanto para o estabelecimento que o oferece. Além disso, os estabelecimentos têm custo menor quando recebem via PIX, se comparado aos meios tradicionais feitos com os cartões. Por conta disso, o vice-presidente da SBVC acredita que a tendência é que o pagamento via PIX continue crescendo tanto em relação à base de usuários, como em penetração e aceitação dentro do varejo.
O sócio da HiPartners entende que em 2023 essa tecnologia pode impactar diretamente a operação dos supermercados porque o consumidor que prefere o PIX começará a rejeitar as lojas que não aceitam. “Conforme o PIX for se tornando um instrumento de crédito, isso virará uma alavanca de preferência dos clientes e o desafio, obviamente, está relacionado a segurança, regulamentações e melhorias já que o PIX foi um objeto de muitas fraudes em 2022. É uma tendência irreversível e só tende a crescer”, conclui o executivo.