O setor de delivery, e não falo só do food service, já estava em ascensão, e a pandemia da covid-19 foi um agente catalisador. Agora, com a vacinação no país avançada e em muitos lugares as medidas restritivas sendo liberadas, quais serão os rumos da logística e do delivery no futuro?
Grande parcela das pessoas utilizava apenas o delivery para refeições prontas, mas hoje estão adeptas a outras formas de entrega, como farmácia, produtos de petshop, supermercado e até mesmo roupas e calçados.
A verdade é que os estabelecimentos que antes não trabalhavam com delivery tiveram que se adequar a esse modelo durante a pandemia, enxergando nesse segmento uma linha de receita extremamente lucrativa, e seguem trabalhando para expandir cada vez mais seu alcance online. Além disso, a cultura dos consumidores em relação a compras com entrega em casa está fortemente consolidada, mantendo a procura pelo setor. Segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o segmento de alimentação por delivery e compras de supermercado pela internet foram as categorias com maior crescimento no número de consumidores em relação a 2019 e 2020. O food service passou de 30% para 55%, ao passo que as vendas de supermercado foram de 9% para 30%.
Os hubs logísticos estão fortemente ligados nos bastidores das entregas. Nas categorias além de alimentos, muitas empresas praticam a entrega same day. Para que isso seja colocado em prática com sucesso, é preciso ter equipes bem treinadas para sanar eventuais problemas ou intercorrências durante uma entrega.
Além disso, é interessante que haja um investimento para com os entregadores, fornecendo premiações e cursos, por exemplo, para que se sintam cada vez mais valorizados e, consequentemente, melhorem a qualidade de entrega. Outro ponto de atenção é a implementação de novos protocolos de higiene e a distribuição de kits de proteção aos portadores para garantirmos a não disseminação do vírus. A pressão em cima dos entregadores é bastante forte, já que eles estão expostos e atendendo a chamados a todo instante.
Em um cenário de fim da pandemia, as entregas vão se manter aquecidas. As pessoas se acostumaram a receber todo tipo de produto e serviço em casa ou no escritório em pouco tempo. A comodidade e a praticidade são alguns confortos que irão permanecer. A qualidade de vida será prezada, e as pessoas vão querer aproveitar melhor o tempo, sem se preocupar se a dispensa em casa está cheia ou se falta algum produto. Em contrapartida, acompanhando esse movimento que veio para ficar, as empresas vão prezar por manter a qualidade e agilidade das entregas.
Felipe Criniti é CEO da Box Delivery, empresa especializada em soluções tecnológicas para serviços de logística.
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