No primeiro dia do Congresso de Gestão das APAS SHOW 2023, na terça (16), o auditório Transformação Estratégica foi palco de discussões sobre o futuro do varejo. Entre as inferências feitas durante os debates está a de que os planos são inúteis, mas o planejamento é tudo.

“Imagine onde você vai estar daqui 5, 10 ou 30 anos. Difícil né?”, disse Fabrícia Botelho da consultoria Fabbo Futuros, fazendo uma provocação sobre a dificuldade de planejamento das empresas, no painel “Futuro Possíveis em um Universo de Oportunidades”. A pesquisa do Institute for the Future mostra que as pessoas não pensam no futuro, “mas elas estarão à frente das empresas”.

Segundo Fabrícia, embora muitos setores estejam passando por mudanças tecnológicas, é no varejo que as pessoas têm contato direto com as marcas e desejam a experimentação da inovação tecnológica, das quais estão expostas todos os dias.

O planejamento precisa ser ágil, cíclico e adaptável. “É necessário ter estratégia rodando o tempo todo. Metodologias ágeis permitem que os colaboradores se mantenham engajados. Leva à eficiência aos negócios porque facilitam os processos, ajudam no alinhamento das equipes, na comunicação clara e permitem manter o foco em objetivos predeterminados”, explica.

Novos formatos

Experiência, conveniência e valores são as palavras que devem nortear a aplicação dos novos formatos no varejo, com preocupação ambiental, na jornada do consumidor e na questão econômica, segundo Anelise Compoi, da Acompoi arquitetura, que esteve no painel “Desafios Estratégicos dos Novos Formatos”.

“Mas o que o cliente busca? Esse será o nosso foco. Vamos buscar formatos de negócios para agregar valor para eles”, afirma Ana Vitória B. Veline Paludeto, da Supermercado Comper do grupo Pereira, uma das maiores redes do país, sobre os desafios de novos formatos no varejo. Segundo ela, são vários fatores a serem considerados de acordo com a necessidade e a viabilidade do projeto. “Muitas vezes o planejamento está redondo e se mostra inviável na execução”, completa.

“É necessário conhecer o cliente para entender como vamos montar essa loja. Eu, por exemplo, gosto muito do e-commerce. E o Comper vende pelo Ifood, mas ainda é insignificante o volume por este canal”, conta Ana Vitória. A executiva ressalta a importância de ouvir a demanda do cliente para trazer o melhor formato.

Resistência

“Nós somos resistentes às mudanças”, afirma Artur Motta, professor doutor do centro de excelência em varejo da FGV, no painel “Startup varejo: estratégias baseadas em tecnologia”, que trata sobre as estratégias tecnológicas que estão presentes nos ciclos acelerados dos negócios atuais.

Segundo ele, é importante inovar. Isso porque todo crescimento econômico desde do século 18 pode ser atribuído à inovação. “Porque ela gera valor, só conferir o ranking das empresas mais valiosas do mundo”.

Os sistemas de TI evoluíram das funções de retaguarda da empresa para a linha de frente dos negócios. “Nós, varejo, somos o segundo mercado que mais passa por transformações”, afirma Motta.

De acordo com o professor, incorporar tecnologia no negócio é imprescindível para agregar valor. Mas são muitas as tecnologias para aportar. Por isso, Motta ressalta que elas podem ser fragmentadas. “O que temos que fazer é permitir que isso aconteça. Muitas vamos começar a utilizar e descontinuar logo em seguida, não importa”. Não há outro jeito, tem que dar autonomia às áreas dentro das empresas. “Não se preocupe de ter tudo estruturado”, acrescenta Motta sobre a urgência da adoção de tecnologia.

Com o tema “Supernova – Expanda o seu futuro”, que fomenta a discussão a respeito da hipersegmentação dos formatos e canais de venda supermercadista, o Congresso de Gestão da APAS SHOW 2023 reúne mais de 70 palestras distribuídas em 7 palcos: o Grande Auditório e mais 6 espaços temáticos (Dimensão Humana, E-commerce, Expansão Digital, Novos Formatos, Transformação Estratégica e Varejo Físico).

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