Mais um momento agitado no mercado varejista brasileiro. Nesta segunda, o grupo Casino, um dos maiores conglomerados de varejo do mundo, anunciou que pretende se desfazer de sua participação majoritária no Grupo Pão de Açúcar (GPA). A decisão pode trazer grandes impactos para o futuro do GPA e de seus concorrentes, como Carrefour e o Magazine Luiza. 

A operação será feita por meio de uma oferta pública de distribuição secundária (OPDS), que consiste na venda de ações já existentes no mercado, sem a emissão de novos papéis. “Segundo o comunicado do Grupo Casino, a decisão de vender as ações do GPA faz parte da estratégia de simplificação da estrutura societária e financeira da empresa, que busca reduzir sua dívida e aumentar sua rentabilidade. A OPDS permitirá que o Grupo Casino se desfaça de sua participação no GPA de forma rápida e eficiente, sem afetar a governança ou a gestão do grupo brasileiro”, comenta.

Em análise, o CEO da A&S Partners e especialista em varejo, Wagner Moraes, conta que a decisão pode trazer grandes impactos para o futuro do GPA. “Temos vários cenários possíveis. O Pão de Açúcar pode ser vendido para outro grupo estrangeiro, que queira aproveitar o potencial do mercado brasileiro e a capilaridade da rede de lojas do GPA, que inclui marcas como Extra, Pão de Açúcar, Assaí e Casas Bahia. Outra possibilidade é que o GPA pode ser alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA) por parte de seus acionistas minoritários, que busquem assumir o controle da empresa e definir uma nova estratégia para enfrentar os desafios do setor. Também temos a probabilidade que o Grupo pode se dividir em duas ou mais empresas independentes, seguindo o modelo de spin-off, que consiste em separar as unidades de negócio com perfis diferentes e focar em suas respectivas especialidades. Por exemplo, o GPA poderia separar o segmento de atacarejo (Assaí) do segmento de varejo alimentar (Extra e Pão de Açúcar) e do segmento de eletroeletrônicos (Casas Bahia)”, destaca.

Moraes salienta que a compra deve ser feita por fundos de investimentos, dado o tamanho do negócio. Também investidores institucionais ou mesmo players internacionais que queiram entrar no mercado brasileiro. “Outra possibilidade que não se pode descartar é o empresário Abílio Diniz e família reassumir o controle da empresa. O Casino detém 40,9% das ações ordinárias do GPA, enquanto 59% estão em circulação no mercado (free float). Abílio e família travaram uma forte batalha há uma década com o CEO do Casino Jean-Charles Naouri para seguir à frente do GPA, porém perderam e acabaram saindo do Grupo”, explica.

Para Wagner, a alta dos juros e da inflação são fatores que prejudicam muito o setor varejista, pois reduzem o poder de compra dos consumidores e aumentam os custos operacionais das empresas. Além disso, a instabilidade econômica e política gera incerteza e desconfiança, o que afeta negativamente as expectativas e o planejamento dos varejistas. “Acredito que esses são inimigos suficientemente fortes para os varejistas, e que eles devem buscar estratégias para se adaptar e se diferenciar nesse cenário desafiador”, pontua. 

No panorama futurista, o especialista destaca que essa operação representa uma mudança significativa no cenário do varejo brasileiro, que pode trazer oportunidades e desafios para o GPA e seus concorrentes. O futuro do GPA dependerá da estratégia que o comprador adotar para gerir o negócio, que tem uma presença diversificada em diferentes formatos e segmentos de mercado. Os impactos da venda do GPA na sua operação dependerão do nível de autonomia e independência que o novo comprador concederá à gestão do grupo. O GPA também pode ter que lidar com a reação dos seus clientes, fornecedores e colaboradores, que podem ver a mudança de controle como uma oportunidade ou uma ameaça.

7 thoughts on “Economista explica possíveis panoramas com a venda do GPA

  1. SE O EMPRESARIO ABILIO DINIZ VOLTAR AO COMANDO TEREMOS REALMENTE UM NOVO CENÁRIO NO MERCADO BRASILEIRO… QUE SE CUIDEM OS CONCORRENTES

  2. Estamos numa era onde Indentidade do varejo esta bastante baguncada e conplexa para o consumidor
    . De uma hora para outra td parecia estar ficando aparentemente mais barato pq afinal , no atacado sairia obviamente mais em conta . O q vejo , são lojas enormes , q ja não possuem mais açougue, padaria , rotsseria . Isso fazia a vez p o consumidor ter a condição de comprar fracionado . Vemos tbm uma situação absurda como é o caso do Assai Atacadista , carrinhos enormes q dificulta muito a vida da população q em alguns bairros em ha a concentração de população mais idosa . Um cestinho … um carrinho duplex …
    Portanto , o q quero dizer é, simplesmente que com uma nova empresa varegista pode estar saindo das cinzas . O Extra sempre foi e será sempre o queridinho dos Paulistanos . Saudade do Supermercado Vermelho , se bem q hj pode até soar mal por conta da questão de favorecismento a udeia de q td agora e em favor comunismo , mas voltando a servir como se deve .
    Lojas sucateadas no hj da GPA .. funcionario insatisfeito com a perda da PLR , como ouço de cada um de funcionários qdo vou ao SM .Como consumidora , demorou pro Cassino . Como Paulistana , somente o Abilio entende a cabeça do brasileiro . Volta Abilio !

    1. Não acredito na volta de Abilio , ele é uma sumidade no varejo e ja conseguiu tudo que podia e fez.
      Quanto ao caching care “atacado ” vejo a cada dia se transformarem em varejo.
      A necessidade de busca de rentabilidade maior , referenciada sempre como ano base anterior faz com que a estratégia de negociação se palte em bonificações em varias rublicas do contrato de fornecimento. Muitas vezes levando a pratica de margens negativas em alguns produtos, sem se levarem conta as contribuições.
      O mercado é predador, vejo surgir novas modalidades,haja visto startaps criadas para atender comerciantes, estes antes comprando nos atacados enfrentado filas, agora começam fazer contas do valer a pena ficar de 3 a 4 horas aguardando.

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