O investimento em digitalização é uma realidade no varejo supermercadista brasileiro. A edição mais recente do estudo “Transformação Digital no Varejo Brasileiro”, feito pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), mostra que 64% das empresas deste setor pretendem investir mais em transformação digital em 2023. A pesquisa também diz que o principal foco da maioria das empresas (88%) está direcionado para as vendas online, seguido por omnicanalidade (80%) e experiência do consumidor (80%).
De acordo com Doane Christina, diretora de marketing, CRM e sucesso do cliente da rede Enxuto, a digitalização pode impactar significativamente o desempenho de uma empresa de várias maneiras. “Melhorar a eficiência operacional, otimizar processos, facilitar a análise de dados para tomada de decisões, aumentar a colaboração entre equipes e permitir um alcance mais amplo de clientes por meio de canais online”, afirma.
Segundo a executiva, diversas redes varejistas de bairro experimentaram e adotaram operações autônomas como self-checkout, uso de inteligência artificial e automação de estoque. “No entanto, essas operações autônomas também enfrentaram desafios como a necessidade de manutenção e suporte técnico dos sistemas automatizados, privacidade dos dados dos clientes e garantir que a experiência do cliente não fosse prejudicada pela falta de interação humana”, diz Doane Christina.
Impacto no desempenho e cuidados com a transição
Guilherme Mauri, CEO da rede de franquias de minimercados autônomos, Minha Quitandinha, acredita que o maior desafio da digitalização do varejo de bairro está na adaptação e na competição em um ambiente altamente dinâmico como o varejo digital. “Graças à experiência que tivemos conseguimos criar um sistema de automação para pequenos varejos no mercado brasileiro e colocamos nossa tecnologia própria à disposição para que essas empresas consigam entrar nesse jogo”, comenta.
De acordo com o CEO da Minha Quitandinha, a digitalização dos supermercados de bairro tem um impacto positivo no desempenho das empresas em aspectos como a atualização constante sobre as demandas dos clientes, gerando maior satisfação do cliente e fidelização. “Além disso, a digitalização melhora a eficiência operacional com dados valiosos sobre o comportamento do consumidor e a análise de dados ajusta o mix de produtos com a demanda da loja”, destaca Mauri.
A fase de transição de um supermercado para a digitalização de sua operação exige uma mudança na cultura organizacional e também na mentalidade dos funcionários. “A equipe precisa se adaptar às novas ferramentas e processos, o que pode exigir treinamento e tempo para a adaptação. Outro desafio é garantir a segurança dos dados dos clientes e proteger contra possíveis ataques cibernéticos, especialmente considerando que muitos pequenos supermercados podem não ter os recursos necessários para investir em medidas de segurança robustas”, lembra a diretora de marketing, CRM e sucesso do cliente da rede Enxuto.