O calendário promocional do varejo brasileiro adotou a Black Friday e esta passou a ser uma das principais datas para as empresas do setor. Ao mesmo tempo, as redes sociais se consolidam como plataforma de geração de negócios para diversas marcas. Uma pesquisa feita pela Opinion Box este ano mostra que 74% dos consumidores do país usam as redes sociais para encontrar produtos. Nesse cenário, o Instagram é a rede social mais usada para fazer compras, com 65% da preferência dos usuários, à frente de Google Shopping (56%) e WhatsApp (46%). O estudo também revela que 31% dos usuários brasileiros nunca compraram pelas redes sociais por medo de compartilhar dados e sofrer golpes.
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Para Jonathan Arend, consultor de cibersegurança da Keeggo, empresa de consultoria em tecnologia, durante a Black Friday, o mercado de varejo enfrenta uma variedade de ameaças cibernéticas e as empresas devem considerar fortalecer a segurança no social commerce em diferentes aspectos. “Implementar MFA (Autenticação de Múltiplos Fatores) para verificar a legitimidade dos acessos; auditorias regulares para identificar e corrigir vulnerabilidades; usar criptografía para proteger dados de clientes; monitorar transações bancárias e atividades suspeitas; adotar soluções de segurança para ofensa e defesa dos sistemas; e testes de penetração em aplicações críticas”, explica.
De acordo com Arend, para garantir que o social commerce das empresas seja seguro durante a Black Friday, também é importante avaliar e dimensionar a capacidade dos servidores para evitar sobrecarga de acessos e fortalecer a autenticação. “Sugiro que as empresas supermercadistas considerem o serviço de uma consultoria especializada para identificar e corrigir possíveis vulnerabilidades de forma proativa. Essas medidas ajudarão a proteger os sistemas de social commerce e a manter a confiança dos clientes durante a Black Friday”, afirma o consultor de cibersegurança da Keeggo.
Ativação de produtos e precificação
Segundo Guilherme Pessoa, supervisor de operações da Poli, startup de tecnologia para vendas em canais digitais, as redes de supermercados devem usar o social commerce para ativar seus produtos em promoção na Black Friday. “As redes sociais permitem que os supermercados anunciem promoções, ofertas especiais e descontos para um grande público. Isso pode atrair clientes para a loja física ou incentivá-los a fazer compras online. Os supermercados também podem usar esse canal para responder perguntas, fornecer informações sobre produtos e criar relacionamentos mais fortes com seus clientes oferecendo receitas, dicas de compras saudáveis, informações sobre produtos e outros conteúdos relevantes”, acredita.
Entre os desafios que a Black Friday pode trazer para as empresas que investem em social commerce, o executivo da Poli destaca a precificação deste canal. “É crucial definir preços competitivos que atraiam os consumidores, ao mesmo tempo em que mantêm a lucratividade. A promoção de produtos estratégicos pode atrair clientes para comprar outros itens com margens de lucro maiores. Além disso, evite as letras miúdas e aposte em uma comunicação clara para não surpreender o consumidor”, completa.