O que é estratégia? Com essa indagação, Yassuki Takano, diretor de Consulting Services da Logicalis, iniciou as apresentações do dia. A resposta, parafraseada das teorias do economista Michael Porter, seria a execução de algo de forma diferente e única do que se apresenta no mercado.
A partir dessa perspectiva, o painelista ilustrou sua argumentação com dados de uma pesquisa realizada pela Logicalis anualmente desde 2016, e que coleta informações a respeito da transformação digital no varejo.
A última versão do estudo revelou que 36% das empresas pesquisadas no Brasil contam com processos avançados quando o assunto são as iniciativas IoT, sendo que 52% delas estão alocadas no setor de manufatura, seguido por 48% no agronegócio.
Os insights principais da apresentação de Takano discorreram sobre a necessidade da alfabetização digital ser uma prática constante para os executivos do setor supermercadista, a fim de tornar possível a interlocução com as práticas positivas da tecnologia e, consequentemente, gerar resultados para as empresas que as incorporam em suas rotinas de trabalho.
Cases de sucesso em hiper conveniência supermercadista são apresentados ao público durante Congresso de Gestão
As apresentações do painel “Lojas autônomas e a hiper conveniência para o shopper”, com Rodrigo Miranda, founder da Zaitt; e Bruno Bragancini, diretor presidente da Enxuto Supermercados, entre outros pontos, suscitaram discussões complementares sobre a importância de pensar no consumidor antes de pensar na tecnologia para atendê-los.
E foi com essa percepção que Bragancini demonstrou como a Enxuto criou supermercados dentro de condomínios residenciais para facilitar o acesso dos consumidores aos produtos. A ideia principal foi atender ao shopper quando ele precisa de poucos itens e não quer visitar uma loja grande.
A empresa percebeu que essa estratégia foi uma iniciativa que proporcionou o atendimento às necessidades específicas de um grupo grande de consumidores, gerando a desejada hiper conveniência para os negócios.
Miranda, por sua vez, destacou que hiper conveniência não é sempre sobre loja autônoma, mas sim sobre priorizar o tempo do shopper, a partir da tecnologia. Para isso, o painelista destacou que perceber o tempo dos consumidores e categorizar suas diferentes percepções a respeito da experiência de compra, com certeza, seria uma das estratégias mais assertivas para desenvolver soluções no PDV.
Outras relações são possíveis: negócios colaborativos entre supermercadistas e fornecedores são tema de painel no Congresso de Gestão
Apesar da forte relação entre supermercadistas e shoppers, outras relações fundamentais fazem parte da rotina estratégica das empresas do segmento. Uma delas é a relação entre lojistas e fornecedores, que agora contam com novas perspectivas profissionais, muitas delas apresentadas nas reflexões de Ari Vanderlei Gonzalis, diretor comercial da Boltis.
Gonzalis demonstrou que um negócio colaborativo acontece a partir de metodologias muito bem definidas: “A principal ideia de um modelo colaborativo é detectar as necessidades essenciais entre supermercadistas e fornecedores, pensando sempre em estabelecer metas e target para ambos, gerando crescimento mútuo”, explica.
A partir desse conceito, segundo Gonzalis, é possível obter benefícios para todos os players envolvidos no processo, tendo em vista que a junção de forças estratégicas entre supermercados e fornecedores pode garantir velocidade para responder rapidamente às possíveis mudanças que o segmento pode apresentar, o que por si só já seria uma vantagem competitiva.
“Mensurar dados em conjunto, por exemplo, otimiza a análise e pode facilitar a identificação de oportunidades no setor”, detalha Gonzalis.
Nessa perspectiva, para garantir tais benefícios, a relação colaborativa precisa acontecer a partir de uma comunicação estruturada, ágil e funcional.
O Congresso de Gestão vai até o dia 19 de maio, no Expo Trade Center Norte, em São Paulo.