Há quase dois anos o mundo foi sacudido por uma pandemia que mudou os hábitos do consumidor e impactou enormemente o varejo, obrigando-o a se transformar de forma acelerada.
A nova dinâmica de consumo obrigou que os atores tradicionais do varejo revisassem a sua forma de encarar a distribuição de produtos ao consumidor final. Nenhum setor do varejo passou incólume. O varejo alimentar e o farma, ainda que tenham sofrido um impacto menor ou até mesmo tenham tido aumento de vendas, uma vez que puderam manter suas portas abertas, também perceberam que o mercado nunca mais será como um dia foi.
O maior encontro de varejo NRF, que voltará a acontecer no próximo mês de janeiro em Nova Iorque, EUA, irá retratar, na visão de dezenas de executivos do varejo global, como as empresas estão se reinventando e se adequando a uma nova realidade do mercado.
Cliente faz pedido por WhatsApp; pede online e busca na loja; compra na loja e recebe em casa; compra por aplicativo de social-commerce; recebe produtos em casa em menos de 2 horas. Essas práticas fazem parte do proclamado “novo normal”.
Em conversa com executivos do varejo, consigo perceber que existe um sentimento em comum a todos: a incerteza sobre como se adaptar a essas novas práticas. Também trazem a dúvida de como fazer as mudanças no seu negócio e, ao mesmo tempo, conseguir fazer a conta fechar. Não há ninguém que esteja em grande conforto, seja empresa grande ou pequena. A incerteza é a regra. Todos estão tentando. Todos estão acertando e errando. Tentativa e erro. Erra-se e corrige-se.
Vivemos por muito tempo um mundo em que construíamos uma loja física e esperávamos o cliente vir buscar. Agora, nos conectamos com o consumidor através de ferramentas tecnológicas que evidenciam que, mais do que um ponto de venda, o meu varejo é uma marca. Marca que deve criar uma relação próspera com cada consumidor e, aproveitando-se da imensa massa de dados disponível, criar valor relevante.
Quem conseguir se desprender das certezas do passado e se lançar ao futuro com sede para aprender mais sobre um novo varejo em construção, quem tentar o novo, errar mais rápido e corrigir mais rápido ainda, esses devem prosperar.
Antônio Sá é professor de varejo de algumas das principais escolas de negócios do país e sócio-fundador da Amicci.
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