O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE cai 2,2 pontos em janeiro, para 85,8 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice cai pelo segundo mês consecutivo ao recuar 0,9 ponto, para 86,4 pontos. “O ano de 2023 começa com nova queda na confiança dos consumidores. O resultado reflete o pessimismo em relação aos próximos meses, embora as famílias de menor poder aquisitivo ainda se mantenham otimistas. A percepção sobre a situação atual não se altera muito em relação aos meses anteriores, ou seja, há uma desaceleração do mercado de trabalho, endividamento e taxa de juros elevados que continuam diminuindo as intenções de compras nos próximos meses. Há uma equiparação do nível de confiança entre as faixas de renda, mas que não significa um resultado favorável, já que todas se mantem girando em torno dos 80 pontos, nível baixo em termos históricos”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens.
Em janeiro, a queda do ICC foi influenciada pela piora das expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) se manteve relativamente estável pelo segundo mês consecutivo variando 0,2 ponto, para 71,1 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 3,6 pontos, para 96,7 pontos, retornando a nível abaixo da neutralidade.
Entre os quesitos que compõem o ISA, houve piora da satisfação das famílias sobre a situação econômica e melhora das avaliações sobre as finanças pessoais. O indicador que mede a satisfação sobre a situação financeira das famílias subiu 0,8 ponto, para 64,4 pontos, enquanto o indicador que mede as avaliações sobre a situação econômica recuou 0,5 ponto, para 78,3 pontos e chega ao seu pior resultado desde julho de 2022 (77,9 pontos).
Entre os quesitos que compõem o ICC, o que mais contribuiu para a queda no mês foi o que mede a perspectiva sobre a situação financeira das famílias nos próximos seis meses cujo indicador caiu 7,6 pontos, para 97,4 pontos. No mesmo sentido os indicadores que medem o grau de otimismo com a situação econômica geral e a intenção de compra de bens duráveis recuaram 1,7 e 1,2 ponto, para 113,4 e 79,6 pontos, respectivamente.
A análise por faixa de rendas, mostra que as faixas extremas atingem o mesmo nível baixo de confiança. Mesmo no mesmo nível, as perspectivas divergem. Consumidores de menor poder aquisitivo estão mais otimistas pelo segundo mês consecutivo, enquanto os de maior seguem com as expectativas em queda pelo quarto mês consecutivo.