O que o próximo ano traz como tendência para o varejo alimentar? Segundo o relatório Consumer Trends 2022, da Opinion Box, para boa parte dos consumidores, comer é um ato de autocuidado e de bem-estar: 80% atrelam comida à saúde, mais da metade pretende melhorar a relação com a alimentação e 43% já reduziram ou deixaram de consumir ultraprocessados.
Além disso, o estudo mostra que as pessoas também desejam que o alimento não esteja vinculado à poluição e ao desperdício de recursos.
“Mais do que nunca, o hortifrúti segue como destino para as lojas. As pessoas optam cada vez mais pelo natural. Percebemos na geração Y uma preocupação muito maior com a sustentabilidade e a saudabilidade do que tiveram seus pais”, afirma a sócia-fundadora da Evolution Consulting, Cristina Lopes.
Para ela, o consumo de sódio, açúcar e gordura está e continuará em queda. “Existe uma diferença de hábitos alimentares de acordo com a geração, e a saudabilidade, cada vez mais, deixa de ser uma preocupação das classes A e B e passa a ser também da classe C.”
Oportunidades no FLV
Se os ultraprocessados estão sendo cada vez menos consumidos, quando pensamos nos processados da seção de hortifrúti, a história é outra. “Produtos picados, higienizados e lavados são muito valorizados, pois entregam praticidade. Além disso, há a questão do não desperdício, já que a quantidade está mais adaptada ao consumo dos que vivem sozinhos e dos casais sem filhos. O produto local também é valorizado atualmente, porque agrega frescor e o valor social de ajudar o pequeno produtor”, diz Cristina.
A especialista complementa que seguirão em alta a assinatura de orgânicos, a divulgação de informações nutricionais ou de origem do produto por QR Code e os caixas promocionais de legumes e frutas com produtos em bom estado (não tão frescos) como forma de impulsionar a venda e evitar o desperdício.
Ações promocionais em supermercados
Os padrões inatingíveis estão saindo de cena e os consumidores estão sendo guiados por modelos mais reais. “Então, por que não promover encontros em loja com os próprios clientes, que podem dividir suas experiências gastronômicas?”, sugere Cristina.
Ela também lança outra ideia aos supermercadistas: se, com a pandemia, cozinhar virou prazer para todas as gerações, dar aulas às crianças, focando receitas saudáveis, também pode ajudar a fidelizar o shopper ainda mais.