Pela primeira vez na história, a indústria de alimentos do Brasil ultrapassa R$ 1 trilhão em faturamento. O aumento de 16,6% em relação ao ano anterior vem acompanhado da expansão dos postos de trabalho, do crescimento no volume de exportações e da ampliação do mercado interno. Estes e outros resultados favoráveis para o setor compõem o balanço econômico anual divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA). Até o final de 2023, mesmo com o indicativo de desaceleração do crescimento do PIB, das pressões nos custos de produção e de incertezas em relação à economia mundial, as perspectivas para a indústria de alimentos do país se mantêm positivas, embora desafiadoras.
A indústria de alimentos do Brasil encerrou 2022 com faturamento de R$ 1.075 trilhão. De acordo com o balanço anual da ABIA, 72% deste valor resultam do abastecimento do mercado interno, e 28% de exportações. Descontada a inflação, as vendas reais totais, considerando-se o mercado interno e as exportações, expandiram 3,7%, com incremento de 2,5% na produção física. As exportações cresceram 30%.
No levantamento da ABIA, um dado, em especial, chama a atenção. Até o final de 2022 foram gerados 58 mil novos empregos, uma expansão de 3,4%, totalizando 1,8 milhão de trabalhadores.
Embora o Brasil permaneça no posto de segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo, com 64,8 milhões de toneladas vendidas para 190 países, como indica o balanço anual da ABIA, os desafios que contemplam a complexa cadeia de produção no país são permanentes. “O Brasil se consolida, ano a ano, como protagonista na produção e tecnologia de alimentos, com uma indústria forte e um agro altamente competitivo e moderno. Mas somos constantemente instigados a buscar formas sustentáveis e regenerativas de cultivo, tecnologia, inovação, segurança alimentar, forças motrizes de uma transformação que começa a chegar à mesa do consumidor”, afirma Paulo Silveira, fundador e CEO do FoodTech Hub Latam.
“O Brasil está entre os maiores produtores e exportadores de grãos e proteína do mundo”, pontua Silveira. Para o CEO, o momento é de colocar em prática sistemas que valorizem a sustentabilidade, a agricultura regenerativa para a conservação da biodiversidade e do meio ambiente, ao mesmo tempo em que se priorizem a saúde e o bem-estar.