Com o aparecimento de casos da nova variante ômicron no Brasil, surge o temor de novos períodos de isolamento social no País. Com base na taxa de contágios de covid-19 e nos diferentes estágios da pandemia, a Kantar criou três cenários para o mercado de bens de consumo massivo: um otimista, um de estabilidade e outro pessimista.
No primeiro e mais otimista cenário, ocorre uma redução em 5,8% ao mês nos novos casos e, portanto, faria com que as vendas dos produtos do setor para consumo dentro de casa retraíssem 2,5% em valor, já que teriam mais pessoas nas ruas. Já o segundo, prevê estabilidade tanto nos números de contaminações quanto no valor, que causaria um aumento de apenas 1,6%, porém com tendência de aumento do gasto médio por viagem e da frequência de ida aos pontos de venda. Por fim, em um cenário pessimista — com 24% de aumento nos novos registros e retorno ao pico da pandemia —, o consumo domiciliar subiria 3,9% em valor, tanto com maior tíquete médio quanto com maior frequência de consumo dentro de casa.
Atualmente, os brasileiros já estão retornando às compras presenciais, porém a frequência ainda é uma barreira para a recuperação dos padrões pré-pandemia. O retorno está negativado em 4,6%, comparando o terceiro trimestre de 2021 com o do ano anterior.
Nesse contexto, caso tenhamos um novo cenário de restrições, o consumo fora do lar certamente será afetado negativamente. No 2º trimestre de 2020, pico do isolamento social, por exemplo, o consumo Out Of Home retraiu 17% em comparação ao período pré-pandemia. Nesse cenário, o varejo moderno e o atacarejo seriam os modelos mais beneficiados por conta das compras de vizinhança e da estocagem de alimentos.
Para traçar as melhores estratégias, as marcas precisarão levar em consideração os desempenhos da nova variante ômicron e da eficácia da vacinação com relação a ela, além da possibilidade de novas restrições à mobilidade, que geram sempre mudanças no comportamento dos compradores. A recuperação do consumo fora do lar vai depender deste e de outros fatores, como desemprego, renda e auxílio emergencial.
Créditos da imagem: iStock