O valor médio da cesta de consumo básica de alimentos, de dezembro de 2022, subiu em relação ao mês anterior em cinco das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE. O aumento no valor da cesta variou de 0,7% a 4,4% e, nas 3 capitais onde houve queda, as variações foram de -1,3% e -1,0%.
As cidades que registram as maiores altas foram Belo Horizonte e Brasília, com 4,4%, e Curitiba (4,0%). Já São Paulo e Rio de Janeiro registraram as maiores quedas, com -1,3%.
A cesta mais cara, apesar de queda em relação ao mês anterior, continua a ser a do Rio de Janeiro (R$ 875,60), seguida pelas de São Paulo (R$ 858,00) e Curitiba (R$ 804,71). Por outro lado, as capitais Manaus (R$ 705,11), Belo Horizonte (R$ 713,50), e Salvador (R$ 746,69) registraram os menores valores.
Dos 18 produtos da cesta básica, três apresentaram aumento de preço em todas as capitais: arroz, óleo e açúcar. Outros produtos que tiveram altas expressivas em diversas capitais foram farinha de mandioca, frutas, feijão, legumes, suíno, dentre outros listados nas tabelas abaixo.
Legumes e frutas, em especial cebola, banana e laranja, apresentaram altas expressivas devido às fortes chuvas em diversas regiões do país.
A farinha de mandioca continua com tendência de alta, causada pelas condições climáticas e redução na área do plantio.
A alta do preço arroz, que ocorreu em todas as capitais, deve-se ao aumento no preço dos fertilizantes e à maior demanda externa.
O preço de massas alimentícias ainda sofre impacto por conta da alta no trigo no mercado internacional, devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, grandes exportadores do produto.
O destaque de queda em todas as capitais foi o leite UHT, devido ao enfraquecimento da demanda a partir de agosto e o final de entressafra em setembro e em outubro.
Além do leite, outros produtos que registraram queda de preço em quase todas as capitais foram o café em pó, frango, fubá e farinha de milho e ovos.
A variação acumulada no valor da cesta básica, no ano de 2022, foi diferente entre as capitais, atingindo 7,0% no Rio de Janeiro e alcançando 31,2% em Belo Horizonte, valores bem superiores à inflação acumulada nos últimos 12 meses medida pelo IPCA (até novembro/22), que foi de 5,9%.
Legumes e frutas se destacam como os vilões da inflação no ano, devido a fatores relacionados ao clima, alta de preços de insumos, como fertilizantes (em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia) e à diminuição da área de plantio de alguns produtos, como é o caso da cebola, campeã dos aumentos.
Quando se considera a cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além de alimentos, houve elevação no valor médio em cinco capitais analisadas – Manaus, Salvador, Curitiba, Belo Horizonte e Brasília – sendo esta última a que apresentou maior alta, de 3,8%, em relação ao mês anterior. A cidade com valor da cesta ampliada mais alta foi São Paulo (R$ 1.871,54).