Em relação a dezembro de 2021, janeiro de 2022 apresentou aumento no valor médio da cesta básica em sete das oito capitais mais populosas do Brasil. Os dados são da plataforma Cesta de Consumo, criada pela Horus Inteligência de Mercado em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) para monitorar a variação mensal dos preços das cestas de consumo brasileiras.
As maiores altas no valor total da cesta básica em janeiro foram registradas em Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Salvador (BA) — 4,5%, 3,9% e 1,8%, respectivamente. Por outro lado, Fortaleza (CE) apresentou leve retração de 0,4%, enquanto que Brasília ficou praticamente estável (+0,1%).
Com a base comparativa dos dois extremos, os itens que mais contribuíram para a alta de Belo Horizonte foram os legumes (+20,3%), carne bovina (+6,8%) e frutas (+6,1%). Já em relação a única retração, a redução de Fortaleza deveu-se à queda no preço de carne bovina (-6,2%), ovos (-3,0%) e pão (-1,8%).
Em valores brutos, a cesta mais cara foi a do Rio de Janeiro (R$ 818,10), seguida pelas de São Paulo (R$ 776,12) e Fortaleza (R$ 690,59). Já as capitais Belo Horizonte (R$ 544,01), Manaus (R$ 588,87) e Brasília (R$ 634,12) registraram os menores valores.
Quando se considera a cesta de consumo ampliada — que inclui também bebidas e produtos de higiene e limpeza — houve um aumento no valor médio em seis das oito capitais analisadas, em relação ao mês anterior.
As maiores altas no valor da cesta ampliada foram registradas em Salvador (2,5%), Curitiba (2,4%) e Belo Horizonte (1,2%). Brasília e Fortaleza apresentaram leve retração no valor da cesta ampliada. Já as capitais que apresentaram valores brutos mais altos da cesta ampliada foram Rio de Janeiro (R$ 1.675,64), São Paulo (R$ 1.626,70) e Brasília (R$ 1.419,88).
Os motivos por trás dos aumentos
O grupo de produtos que apresentou aumento de preço mais expressivo na cesta básica e em quase todas as capitais foi o dos legumes, devido ao aumento de preço da batata e da cebola causado por fatores climáticos que prejudicaram a colheita no período. Outros produtos que tiveram alta de preços, como o café, se deu por conta de fatores climáticos que causaram quebra de safras e consequentemente a redução da oferta no mercado.
O segundo grupo com maior alta nos preços foi o da carne bovina, possivelmente explicado por fatores como o aumento da demanda nas festas de fim de ano e da retomada das importações de carnes brasileiras por parte da China, principal destino de exportação nacional do produto.
Na cesta ampliada, destaca-se a elevação de preços de alguns produtos de higiene e de limpeza — como amaciantes de roupa e sabonete. Além do aumento do dólar, que vem impactando nos insumos utilizados na produção desses artigos, a elevação no preço do petróleo e derivados impacta diretamente nos custos de fabricação de produtos da indústria química.