Entre 2020 e 2021, o Índice de Perdas no Varejo aumentou em todo o setor e os supermercados foram os maiores prejudicados com, segundo dados da Associação Brasileira de Prevenção de Perdas, aumento de 2,10% para 2,15% no período. Para Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe, o aumento das perdas não identificadas, como os furtos, têm influência de aspectos sociais. “A vulnerabilidade aumentou em 2021 e também aspectos como desemprego alto, por exemplo, tem impacto direto no crescimento desses índices”, explica.
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Já as quebras operacionais, como produtos sem condições de venda, o presidente da Abrappe acredita que o melhor caminho para os varejistas está na gestão do estoque. “A gestão de estoque inadequada causa o efeito cascata. Por exemplo, produtos vencidos são o resultado de uma compra ruim, assim como itens com avarias representam falhas no manuseio e no armazenamento. O erro está em querer abastecer em grande quantidade para evitar ruptura, mas ter quebra operacional”, analisa Santos.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Prevenção de Perdas, em relação aos furtos, os supermercadistas devem se atentar sobre o novo protocolo de varejo, que inclui um serviço de segurança humanizada. “Estamos nos adaptando à uma realidade mais humanizada, com diversidade, inclusão e racismo sempre na pauta de discussão”, destaca Carlos Eduardo Santos.
Monitoramento da operação e identificação de perdas
Além de políticas claras, treinamento e capacitação dos funcionários, as tecnologias tradicionais como antenas antifurto e câmeras ainda são as melhores soluções. Porém, segundo Santos, também existem sistemas inteligentes de monitoramento por inteligência artificial, capazes de perceber atitudes suspeitas. “Os números mostram que 60% das perdas geradas por funcionários acontecem no caixa. Por isso, é importante encontrar soluções que ofereçam um programa completo de redução de perdas”, aponta.
Para Santos, independente do tamanho da rede, o principal desafio é conseguir identificar a perda. Sem saber onde está o problema, muitas vezes o supermercadista acaba aumentando a margem de lucro e perde competitividade no varejo. “Antes de implementar um sistema de prevenção de perdas, é necessário ter uma boa ferramenta de gestão do estoque, que seja confiável, e que possa identificar a perda. Antes de qualquer coisa, tem que conhecer as perdas, os departamentos com maiores problemas e identificar as causas”, completa o presidente da Abrappe.
Sem dúvida, o monitoramento fiel é diretamente dependente da aplicação de tecnologia adequada ás necessidades. Aonde estiver a dependência da presença humana, os focos de divergências estarão sempre constantes.
Por isso, aconselha-se a boa prática de treinamento conjugado com a aplicação de tecnologia com apoio de profissionais consultores habilitados e experientes com tradição na atividade.