Obras de infraestrutura, como refrigeração e modernização, softwares de gestão e até aplicativos para compras on-line são alguns dos investimentos que estão na mira dos donos de supermercados, a fim de atrair mais clientes, aumentar o faturamento e reduzir os custos. Contudo, para o economista especializado em gestão de supermercados, Leandro Rosadas, estratégias simples e mais acessíveis, como melhorias no setor de hortifruti, podem aumentar em até 15% o faturamento de uma loja. “A seção de hortaliças, frutas e legumes é considerada, atualmente, o setor com o maior índice de desperdício dentro do varejo. Com algumas dicas básicas e o investimento em novos produtos in natura, o dono do supermercado, além de evitar o desperdício, poderá aumentar a lucratividade da sua loja nesse setor”, orienta o economista.
Um dado que corrobora esse contraponto de lucro x desperdício no setor de hortifruti é a pesquisa da Hortifruti Brasil, que indica que a seção pode ser responsável por 10% a 20% do faturamento de um supermercado de varejo. Entretanto, segundo dados da FAO/ONU divulgados na Hortifruti Brasil, anualmente, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidos ou desperdiçados na cadeia de alimentos, o que corresponde a 30% do produzido no mundo. E o segmento de FLV (frutas, legumes e verduras) é o líder das perdas. Leandro explica que o hortifruti é um dos setores que mais dá retorno em um supermercado, mas também pode ser o que tem maior índice de perda. “Às vezes, a fruta não está aparentemente bonita, mas ainda está totalmente apta para o consumo. Fazer sucos com as frutas ou fazer uma salada de fruta enquanto ainda podem ser consumidas é uma boa estratégia para ser adotada pela seção de hortifruti. Você aumenta a cartela de produtos nesse setor e ainda gera mais lucratividade, porque são iniciativas que costumam ter uma boa saída no verão”, pontua Rosadas.
O especialista em gestão em supermercados também orienta sobre a disposição dos produtos nesse setor e como mudanças simples na paleta de cores pode fazer a diferença na receita do supermercado. “No hortifruti, as cores são muito importantes, porque elas atraem e chama a atenção dos clientes. Sempre sugiro que o lojista invista no contraste de cores nas prateleiras. Não funciona, em uma estratégia de venda no varejo, fazer uma bancada toda verde. O ideal é intercalar produtos com cores contrastantes, como por exemplo, cenoura, pepino, tomate, chuchu, batata, beterraba; legumes de cores diferentes, um ao lado do outro, e assim tornar a exposição atrativa para os olhos do consumidor. A arrumação da loja nesse setor faz toda diferença”, explica Leandro.
Fazer embalagens com produtos selecionados, que tenham uma boa aparência, também é outra iniciativa sugerida por Rosadas para aumentar o ticket-médio no hortifruti, a exemplo dos alhos roxos selecionados e embalados em uma bandeja. “Além de aumentar a margem, essa estratégia facilita a vida do cliente na hora de escolher o que ele levará para casa, já que essa embalagem dá uma maior visibilidade para identificar a qualidade do produto”, orienta.
Facilitar a experiência do cliente, no momento de visualizar os preços, também é outro ponto importante abordado pelo economista para aumentar a lucratividade no hortifruti. “Colocar uma placa grande acima da bancada de verduras ou legumes informando o valor do alimento é uma iniciativa que os clientes gostam, porque facilita a decisão de compra e chama para a urgência em adquirir o produto. Contudo, vale tomar cuidado para essa placa ou cartaz não cobrir as frutas, legumes e verduras”, orienta Leandro Rosadas.
bom dia !!!
muito boa essa estratégia e Dica acrescento aí mais dentro dessas ideias para melhorar a quebra desses produtos, tenho um sugestão do atendimento ao cliente, abrir frutas e promover degustações é uma ótima estratégia para melhorar o faturameto
bom dia !!!
muito boa essa estratégia
Ótima reportagem, parabéns!
Vejo uma outra oportunidade de evitar perdas, seria codificar as frutas, pois ao passar no caixa, dado as variedades e com preços diferentes, evitaria que operadora do caixa cometesse erro, que muitas das vezes cobram o preço menor, gerando prejuízos.
Uma etiquetadora manual simples com seis dígitos, resolveriam o problema com um custo muito baixo.
Conteúdo importante sobre iniciativas que visam reduzir perdas. Tenho estudado com frequência o assunto desperdício no hortifruti, desde que a empresa onde trabalho decidiu inovar com embalagens diferenciadas para atender com escala uma parcela desse mercado e com foco em solucionar as “dores” do gestor de hortifruti.
http://www.emporiodunorte.com / @dunorte
Matéria muito interessante, promover sustentabilidade e lucratividade.
Tornar consumidores mais conscientes nesse ambiente, pois vários alimentos são descartados pois faltam informações, escolhem demais produtos que nem deveriam ser tocados, a Pandemia nesse sentido estava sendo um gancho forte para que as pessoas evitassem esse ato de escolha.
O medo de faltar produtos evita desperdício.
O que percebo na seção de FLV de mercados, hipers, atacarejo e hortis especializados é que ganância e lucro correm juntos. A miopia é ampla nestes segmentos. O alimento vai vencer faça uma promoção no fim do dia , tipo 19/20 h e liquide os itens a vencer. Mas não os gestores preferem jogar fora a vender pelo custo. Em mais de 40 anos só vejo este tipo de promoção em fins de feiras livres. Lembro há cerca de uns 20/25 anos no antigo Cândia no Tucuruvi em SP o pessoal fazia isso.