As perspectivas de consumo para o último trimestre do ano são otimistas com Black Friday, Copa do Mundo e festas de final de ano. Os dados foram apresentados pela Nielsen BR durante o evento Involves Experience, que ocorreu na última semana, em São Paulo. Criar estratégias com base nas sazonalidades e integrar os Pontos de Vendas físicos com operações digitais são tendências que varejistas e indústrias precisam se atentar para potencializar os resultados.
Segundo Daniel Asp Souza, gerente de relacionamento com varejo da Nielsen BR, a projeção para 2022 de crescimento do PIB em 2,7%, a redução do desemprego, a queda da inflação nos últimos meses e o avanço da confiança do consumidor no curto prazo são fatores que impactam diretamente o varejo. Mas, a tendência de consumo muda dependendo da data, canal utilizado e categoria. “A Black Friday tem maior destaque no canal online do que no offline e costuma vender três vezes mais que a média. Em geral, 30% das vendas são feitas por redução temporária de preço, mas na semana da Black Friday, esse número aumenta para 47%. Por isso, as marcas precisam estar ativadas”, disse.
Enquanto os eletrônicos, principalmente telefonia, e produtos com custo mais alto tendem a performar melhor na Black Friday e de forma online. A venda de cerveja, carnes e congelados têm incremento de vendas no Natal e Ano Novo. “O consumidor está voltando a mixar canais. As missões de compra estão muito claras, então a execução em canais distintos precisa ser diferente”, avaliou.
Com essa demanda do shopper por experiências de compras em ambientes virtuais, impulsionado muito pela pandemia, o varejo e a indústria precisaram integrar o PVD físico com as operações digitais. O tema foi destaque na fala de Maggie Aquino, diretora de operações de e-commerce do Grupo Carrefour Brasil, e Luiza Fontana, Head de e-commerce da Heineken Brasil.
Enquanto a indústria olha para os parceiros varejistas, seja um supermercado, restaurante ou delivery, o varejo precisa construir toda a jornada, desde o momento da compra até a entrega ou retirada do pedido pelo cliente. “No entanto, não adianta o pedido ser feito de forma digital e por trás alguém fazer o pedido físico. Os times precisam conversar. Muitas vezes, a demanda que está no ponto físico pode ser atendida por algum last mile, como um iFood ou Rappi. Ou seja, está no ponto físico, mas a jornada começou no digital. Por isso, se os times não conversarem para saber se tem ou não estoque, pode-se criar uma demanda enorme e a ruptura de carrinho é terrível”, disse Luiza Fontana.
O risco de ruptura também ocorre no digital. Segundo Maggie, se um cliente acessa o aplicativo da loja e o produto escolhido não tiver foto ou a descrição estiver incorreta, a compra pode ser perdida e a pessoa até deixa de usar o aplicativo. “Por isso, precisamos estabelecer agendas mais próximas entre varejistas e indústrias para construção de portfólio e execução virtual de produtos”, reforçou.