Um projeto de análise de dados entre a Danone e uma rede de supermercados do Sul do Brasil tem ajudado a recuperar vendas para a indústria e o varejista. O trabalho de integração de informações, que iniciou em junho deste ano, antecipou, nas tarefas relacionadas à ruptura, cerca de 1800 ações sobre a falta de produtos na loja ou, ainda, gôndolas desorganizadas. Criado pela retail tech Involves, o conceito de Execução 4.0 combina dados da indústria e do varejo para acelerar a solução de problemas nos PDVs.
“Quanto mais conectar varejo e indústria para solucionar problemas, mais rápido vai crescer o faturamento, e mais rápido vamos reduzir as perdas e o estoque virtual, que acaba impactando não só o consumidor, mas a cadeia como um todo”, pontuou o head de Merchandising da Danone, Guilherme Mendes, durante a apresentação do projeto no Trade Connection, evento realizado nesta semana em São Paulo. Para ele, a colaboração entre indústria e varejo está avançando, mas ainda precisa de mais incentivo. “Ainda está mais devagar do que a gente gostaria, mas é uma jornada, não é tão simples. Mas a principal mensagem é que juntos somos mais fortes, por mais que possa parecer clichê, isso tem dado resultado”.
Para o CEO da Involves, André Krummenauer, essa união representa crescimento para ambos os lados. “Acreditamos que a Execução 4.0 é a grande revolução do mercado de trade marketing. Com ela, nossas tecnologias voltadas ao varejo e à indústria se encontram para garantir a melhor experiência nos PDVs, conectando a inteligência artificial à metodologia de Loja Perfeita para os dois lados da mesa. Cada vez mais queremos que a indústria e o varejo tenham dados e executem ações em parceria, tomando decisões com base nas informações que a Involves consegue coletar”, explicou.
A empresa, que tem atuação em 22 países e mais de 80 mil promotores de vendas conectados ao aplicativo, mapeou algumas dores da indústria e do varejo que seguravam o crescimento das vendas. Entre elas, a falta de tempo por parte da indústria de acompanhar 100% dos SKUs e não ter visibilidade total se o mix das lojas estava sendo cumprido. Do lado do varejo, a complexidade de monitorar toda a execução, principalmente nas grandes lojas quando o time de repositores têm uma dinâmica muito concorrida que vai além de monitorar a execução.
“Nós tínhamos os dados dos dois lados, mas eles não conversavam. Ou seja, os promotores da Danone cumpriam suas tarefas nos dias planejados pelo roteiro. Porém, o que acontecia no varejo durante esse período não chegava para a Danone a tempo de fazer correções importantes no PDV e combater situações de ruptura, por exemplo. O caminho, então, foi unir os esforços. E os dados que nós geramos diariamente sobre o comportamento dos SKUs para o varejista também se tornaram tarefas para que a equipe da Danone pudesse tomar decisões e agir com previsibilidade com relação ao trabalho em campo”, conta André.