Em junho, mês típico para as festas juninas, o IPS (Índice de Preços dos Supermercados), estudo realizado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS), em parceria com a Fipe, indicou que os produtos mais consumidos nessa época do ano apresentaram alta de 29,65% nos últimos 12 meses. A alta nos preços se deve a valorização na cotação das principais commodities agrícolas, em decorrência do conflito no Leste Europeu.
O milho, que é a principal commodity dentre os produtos consumidos na festividade junina, sofreu elevação de 72% nos últimos 2 anos. Os produtos derivados do milho que estão sendo comercializados e consumidos nos meses de maio e junho vêm com o impacto da inflação de 5,01% registrada no mês de março de 2021, momento em que o milho foi colhido no patamar de R$ 99,69 a saca, o mais alto dos últimos dois anos e que aconteceu em consequência do conflito no Leste Europeu.
De um modo geral, os produtos sazonais de festa junina já vinham recebendo o peso da inflação desde o início de 2022. Outro exemplo desta elevação é o leite, neste caso, em decorrência das mudanças climáticas. A estiagem de chuvas na região sul do país reduziu a qualidade dos pastos e silagens, elevando o custo de produção e intensificando o efeito da entressafra, impactando no custo da produção do leite. A isto, soma-se a redução da oferta do leite à indústria pelo produtor, o que fez os preços do leite disparar nos supermercados. No mês de maio o leite inflacionou 5,07% e no acumulado do ano o produto já possui 29,53% de alta.
A inflação brasileira provocada pela valorização na cotação das commodities, que ganhou força no conflito do Leste Europeu, produziu novas consequências para os preços dos alimentos, onde a lista de produtos com redução no imposto de importação – anunciado em maio pelo governo – dificilmente produzirá efeitos sobre os preços dos alimentos juninos em decorrência de sua demanda e relação cambial.