De acordo com dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, medido pelo IBGE), divulgados em setembro (tendo agosto como referência), 5 dos 11 produtos que compõem a cesta de artigos de limpeza apresentaram deflação mensal. Dessa forma, no período, o IPCA apontou uma deflação de 0,07%, enquanto o índice geral subiu 0,23%. No acumulado do ano, os artigos de limpeza tiveram alta de 2,80%, contra 3,23% do IPCA nacional.
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Para a ABIPLA (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e Profissional) este cenário demonstra a estabilidade da oferta de insumos produtivos e favorece as perspectivas setoriais para o último trimestre de 2023. “O Brasil é, hoje, o 4º maior mercado mundial de saneantes, ultrapassando a Índia. São mais de 8.170 fábricas, instaladas em 1.100 municípios. Isso mostra o potencial que temos para crescer”, aponta Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA.
Dos itens que apresentaram deflação, muitos são essenciais para a limpeza adequada de ambientes e superfícies, como a água sanitária (que caiu 0,92%) e o desinfetante (-0,28%). “A saúde pública ganha muito quando o acesso a esses itens melhora na economia brasileira”, diz Engler, que complementa: “Os últimos três anos foram um período em que nosso setor foi muito pressionado pelos aumentos de custos de produção. Felizmente, vemos uma estabilização nos valores de combustíveis, energia e das matérias-primas importadas, o que permite que os fabricantes adequem seus planejamentos e possam repassar eventuais quedas nos preços ao mercado”, completa.
O cenário de estabilidade de preços, por sinal, já teve reflexos na produção industrial do setor no 1º semestre de 2023. De janeiro a junho, a fabricação de saneantes acumulou alta de 9,7% sobre o mesmo período do ano passado, o que, para Engler, demonstra que a queda de 5,7% na produção, em 2022, foi um fenômeno pontual e não uma indicação de tendência. “A recuperação acentuada no 1º semestre provou que nosso setor nunca viveu um problema de demanda em face da conjuntura econômica, mas, sim, de ajuste de mercado. Dessa forma, acredito que podemos ter um resultado superior ao projetado no ano, que é de uma alta setorial de 2% em 2023. Devemos surpreender, com um crescimento mais expressivo”, analisa.