O varejo supermercadista de Portugal entrou na mira de uma empresa americana, a LCN Capital Partners, que comprou 50 lojas espalhadas pelo país, sendo 44 delas da bandeira Pingo Doce, além de mais duas lojas, Continente e Minipreço. O valor da negociação conhecida como o “Project Amália” é de 150 milhões de Euros e ainda inclui um restaurante, uma loja e um terreno. Juntos, os 50 imóveis somam mais de 68 mil metros quadrados.

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De acordo com Roberto Kanter, professor dos MBAs de Marketing e Gestão Comercial da FGV, esta negociação é uma grande oportunidade para os investidores, principalmente em relação ao mercado varejista europeu. “Acho que os americanos observam o mercado português como uma grande porta de entrada para toda a Europa. No varejo português é mais fácil fazer a diferença e é um ótimo aprendizado sobre como operar no mercado europeu”, acredita Kanter.

De acordo com o professor de MBA da FGV, até mesmo o valor do investimento feito nas lojas em Portugal seria maior que em outros países da Europa. “Uma empresa americana que entra no mercado da França ou Alemanha, por exemplo, vai brigar com ‘cachorro grande’. Por isso, vejo como um ótimo negócio para os investidores já que o varejo português tem características mais amadoras”, explica Roberto.

Cenário verde e amarelo

Segundo o professor da FGV, algumas empresas do Brasil também podem estar na mira desses investidores, porém, tanto o mercado quanto os consumidores são mais complexos em comparação ao varejo português, que é mais homogêneo. “Se fosse para operar 50 lojas espalhadas pelo Brasil, seria diferente porque cada região tem seu perfil de consumidor e suas particularidades”, analisa Roberto Kanter.

Trazendo este cenário para o Brasil, o professor acredita que a aquisição da Americanas pela Amazon seria o maior movimento dos investidores estrangeiros no varejo brasileiro. Em relação ao varejo supermercadista, Kanter indicaria o formato ‘atacarejo’ devido ao crescimento dessas lojas no país. “Não enxergo potencial em uma empresa americana comprando uma rede brasileira. O valor da aquisição (150 milhões de Euros) é bastante razoável. No Brasil, a empresa não conseguiria comprar 50 lojas por esse preço”, completa o professor dos MBAs de Marketing e Gestão Comercial da FGV.

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