Em agosto, o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) e pela FIPE, registrou deflação de 0,02%. Em julho, o índice geral ficou em 1,77% e em agosto de 2021 em 2,04%.
O resultado reflete a deflação de 5,38% nos itens do grupo dos in natura e de 3,46% nas carnes bovinas. A redução nas cotações das commodities internacionais ligadas à cadeia produtiva dos principais produtos comercializados no mercado interno também contribuiu para o cenário.
Bovinos em queda
As carnes bovinas registraram recuo de 1,24% nos últimos 12 meses e de 1,09% no acumulado do ano. “A desaceleração dos cortes bovinos é consequência do equilíbrio na demanda produtiva, após a alta dos preços no 1º semestre decorrente de variáveis como alteração no volume dos rebanhos, a guerra no Leste Europeu e a pandemia da Covid-19. A tendência é de estabilidade para o segundo semestre”, explica Diego Pereira, economista-chefe da APAS.
In natura
As frutas registraram deflação de 0,69% em agosto, com destaque para o mamão (-14,95%) e a laranja (-3,00%), itens cuja oferta subiu por conta das condições climáticas favoráveis.
“Apesar dos primeiros sinais de convergência da inflação, as incertezas do período eleitoral e o consumo estimulado pela Copa do Mundo podem gerar um desequilíbrio no controle inflacionário. A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em setembro, sinaliza um aumento de 0,25% na taxa básica de juros. Com isso, o PIB pode manter a tendência de alta sem prejuízo dos preços internos e da demanda agregada”, analisa Pereira.