O varejo é uma indústria fluida e de ritmo acelerado. A velocidade com que os hábitos de consumo evoluem torna difícil para as empresas antecipar todas as tendências, quanto mais se adaptar a tempo. Todos os anos, no entanto, as principais marcas e mentes do varejo do mundo se reúnem na NRF Retail’s Big Show para mostrar e discutir as inovações que influenciarão a indústria.
Abaixo estão cinco tendências que você deve observar na NRF 2023 e também durante o resto ano:
A marcha do digital: blockchain, o Metaverso e social commerce
Entre os varejistas, há um aumento na adoção da tecnologia blockchain. Ela também começa a aparecer no âmbito da cadeia de suprimentos, usada para criar uma trilha de dados que pode rastrear um produto desde a origem até as prateleiras.
Já o Metaverso combina os mundos físico e virtual para criar novas formas dinâmicas de interação entre as pessoas. Inúmeras marcas, incluindo Nike, Vans, Gucci, Ralph Lauren e Forever 21, já criaram mundos virtuais no Roblox (plataforma online multiplayer) que permite aos usuários interagir com seus produtos.
Globalmente, o social commerce deve triplicar para US$ 1,2 trilhão até 2025, de acordo com um estudo da Accenture. Com isso em mente, 2023 pode muito bem ser o ano do ‘social commerce’, pois mais varejistas devem criar experiências de compra imersivas. Vale a pena conferir o Innovation Lab na NRF, onde mais de 50 empresas apresentarão sua visão do que está reservado para o futuro do varejo.
A economia circular e a moda mais sustentável
Em 2022, muitas marcas lançaram iniciativas de sustentabilidade e materiais reciclados, incluindo programas para reciclar mercadorias usadas. Com o crescente interesse do consumidor, 2023 trará mais ênfase e impulso para iniciativas ligadas ao meio ambiente em todo o ecossistema de varejo.
A visibilidade do inventário se torna a aposta da vez
A importância da visibilidade deve aumentar e se expandir não apenas para incluir o produto em movimento, mas também para o produto/estoque no pátio e no depósito. À medida que a volatilidade do mercado continua, os expedidores precisarão da capacidade de reagir a interrupções contínuas quase em tempo real e saber exatamente onde o estoque está a qualquer momento é fundamental para seu sucesso.
De acordo com uma recente pesquisa da Manhattan Associates, um em cada quatro consumidores espera que os funcionários da loja conheçam a disponibilidade de estoque para poder atendê-los com eficiência. Mas apenas 3% dos varejistas acreditam ter uma visão geral precisa de seu estoque em toda a rede (na loja e online) 100% do tempo. Em 2023, os varejistas devem trabalhar para fechar essa lacuna de visibilidade de estoque rapidamente ou correm o risco de perder a fidelidade do cliente.
Modernização da loja é prioridade
A loja tradicional e sua função superficial estão prestes a renascer em 2023, à medida que se tornam espaços multifuncionais, indo além da exibição e venda, para microatendimento, devoluções e até centros de atendimento ao cliente. As lojas devem lidar, neste ano, com uma parcela maior de devoluções online, pois os varejistas buscarão otimizações de custos em suas cadeias de suprimentos.
Além disso, como as devoluções têm tido um aumento percentual geral, os varejistas começarão a subir as taxas de envio associadas à devolução de itens comprados online, levando a um crescimentomuito maior no número de clientes que usam lojas físicas para essas devoluções.
Podemos esperar que o “compre online e retire na loja” continue a aumentar também. Com os varejistas otimizando seus custos logísticos em esforços para manter as margens das vendas online, eles encontrarão maneiras de incentivar esse método, repassando a taxa de envio ou oferecendo alguns descontos, na esperança de que isso possa reduzir seus custos gerais de envio e aumentar o tráfego na loja ao mesmo tempo.
Um cenário de pagamento em evolução
O apetite por opções de pagamento sem dinheiro, carteiras eletrônicas e criptomoedas deve continuar em 2023. À medida que cresce, será fundamental para as empresas adotar e alavancar essas novas tecnologias em seus sistemas de lojas e online, se quiserem acompanhar o ritmo cada vez maior de consumidores exigentes. Como a crise econômica global continua, os varejistas procurarão oferecer aos seus clientes opções de pagamento mais flexíveis.
Marco Beczkowski, diretor de Vendas e CS da Manhattan Associates Brasil