Neste fim de ano, enquanto o planeta divide suas atenções entre a Copa do Mundo e a preparação para as festas de Natal e Réveillon, o setor de varejo já está na expectativa pelas novidades que serão apresentadas na NRF (National Retail Federation), que ocorre em janeiro, em Nova Iorque. Se em 2022, o estudo “What Matters to today’s Consumer (“O que importa para o consumidor de hoje”, em tradução livre para o português)”, desenvolvido pelo Capgemini Research Institute e lançado durante a feira, confirmou tendências já conhecidas, principalmente em relação às transformações causadas pela crise sanitária do COVID, o report ainda trouxe importantes descobertas para o setor, como a preferência das novas gerações, em especial a Z e os Millenials, em adquirir produtos diretamente das marcas.
Outro ponto que se destacou foi que mais da metade dos entrevistados se mostraram dispostos a compartilhar dados para realizar negócios com fornecedores, uma vez que anseiam por uma experiência mais aprofundada e individualizada. A sustentabilidade também mostrou um papel significativo na hora de decidir de quem ou de qual marca comprar, principalmente entre o público mais jovem.
Com 2023 já às portas, vejo três tendências-chave na indústria que estarão presentes nos cases, estandes e projetos que serão apresentados da NRF: dados (de novo), metaverso e sustentabilidade.
1. Dados para quê?
Não canso de falar sobre esse tema. E isso porque, desde 2017, são as informações relevantes e segmentadas que garantem, cada vez mais, a melhoria das experiências dos consumidores.
Já sabemos que a user experience é pilar para um desenvolvimento sustentável. E o que os dados têm a ver com isso? TUDO. É urgente tratar a fidelidade do cliente como prioridade, atuar na personalização em escala, com um marketing assertivo (com uma escolha cirúrgica do canal a ser utilizado e o momento ideal para cada campanha).
E isso virá através dos dados, um dos maiores ativos para o varejista. Conhecer o consumidor e entender suas atitudes e preferências pode fazer toda a diferença.
2. Novos canais digitais
O metaverso foi um dos assuntos mais discutidos este ano na NRF, e a expectativa para 2023 é que se expanda o olhar sobre novos canais digitais. Há inúmeras oportunidades na exploração de experiências virtuais utilizando tecnologias disruptivas e o próprio metaverso, agregando um valor significativo às marcas. Vejo que a junção do mundo físico e do online estão trazendo combinações incríveis.
As compras no metaverso, com entregas no mundo real, tendem a crescer exponencialmente. Uma vitrine, sem dúvidas, com muito a ser explorada. E as empresas precisam estar prontas para esse novo caminho na medida em que a demanda dos consumidores cresça. Outro ponto importante é o alcance e a relevância desse tipo de experiência para a geração Z: quem sair na frente terá ampla vantagem competitiva junto ao público jovem.
3. Sustentabilidade
Se o consumidor está cada vez mais disposto a valorizar iniciativas sustentáveis, é também neste sentido que vejo as empresas ampliando seus horizontes e investimentos. A origem dos produtos, como reutilizá-los ou reduzir o desperdício. Tudo isso conta na hora da compra e aí está, portanto, um ponto crítico dentro das organizações, que tem colocado em cheque o grau de relevância e competitividade de grandes empresas já consolidadas.
Todo o varejista – pequeno, médio ou grande – pode (e deve) trabalhar de forma cada vez mais transparente e colaborativa para reduzir seu impacto ambiental. Esse precisa ser um compromisso de todos e, assim também, deve estar integrado na estratégia corporativa dos varejistas.