O comércio brasileiro demonstra um clima de otimismo cauteloso para o segundo semestre de 2023. De acordo com uma pesquisa realizada pela multinacional italiana de softwares de gestão, Zucchetti, em parceria com a Fecomércio Santa Catarina, 36,84% dos varejistas acreditam que devem ter aumento em relação ao ano anterior, e o mesmo percentual espera manter o faturamento de 2022. 

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A pesquisa da Zucchetti e da Fecomércio/SC ouviu 323 varejistas de diversos estados do Brasil, com a maioria sendo microempresas e empresas de pequeno porte. O objetivo foi realizar um panorama em relação ao momento atual do varejo nacional e as perspectivas de resultados, bem como analisar o uso de tecnologia pelo micro e pequeno varejo. 

O estudo indicou que este segundo semestre deve impulsionar o resultado positivo, com a maioria (55,4%) dos respondentes esperando vender mais do que no primeiro semestre de 2023. Apenas 17,6% dos entrevistados acreditam que o desempenho em vendas de suas empresas será pior na segunda metade do ano. O Natal foi apontado por 42% dos entrevistados como a data que mais impacta os negócios, seguido pela Black Friday (9%), Dia das Crianças (3%) e Dia dos Pais (6%). No entanto, 23% dos entrevistados afirmaram que as datas comemorativas não impactam as vendas.

“Os dados da pesquisa são positivos e conversam com o monitoramento da Fecomércio sobre o índice de confiança do empresário que cresce pelo segundo mês consecutivo em agosto. Apesar dos desafios relacionados ao custo e ao uso da tecnologia, como a falta de mão de obra qualificada, o setor segue certo grau de otimismo para o segundo semestre, embalada pelas datas comemorativas”, aponta Hélio Dagnoni, Presidente da Fecomércio SC.

As empresas ainda encontram no cenário econômico desfavorável o principal motivo de dificuldades de crescimento (29,1%), seguido por alta concorrência em relação às lojas físicas e onlines (22%) e pela alta carga tributária (21%). A alta concorrência se deve muito ao comércio online, que acabou crescendo muito durante a pandemia e que pela comodidade oferecida e preços mais competitivos, podem fazer sombra ao desempenho das lojas físicas.

WhatsApp é usado por 96% das varejistas para comunicação com clientes

O WhatsApp e as redes sociais são as ferramentas tecnológicas mais utilizadas por micro e pequenos varejistas no Brasil. A pesquisa revelou que 82% dos respondentes indicaram o aplicativo de troca de mensagens instantâneas como a ferramenta mais usada, seguido de redes sociais com 74%. Quando se trata de canais de comunicação com os clientes, 96% também usam o WhatsApp, enquanto 76% ainda utilizam o telefone, e redes sociais ficam em terceiro lugar, com 59%. No entanto, a loja física ainda é líder quando se trata de fechamento de vendas, com 82%, seguida das redes sociais, usadas para efetivar vendas por 57% dos respondentes.

Para Wagner Muller, Diretor da Vertical de Varejo da Zucchetti, a presença digital, antes considerada diferencial competitivo, se tornou alternativa singular de sobrevivência, e quem mais sentiu isso foi o pequeno varejo onde, em grande parte, isso sequer existia. Essa corrida pela subsistência trouxe muitos desafios a esse empreendedor, sejam eles operacionais, técnicos e principalmente culturais. 

“Na pesquisa, foi possível avaliar como esses comércios estão se adaptando e buscando alternativas para esse novo mercado. Nos últimos anos, temos observado relevantes mudanças no comportamento das empresas e consumidores, em especial, as motivadas e aceleradas pela condição pandêmica. A presença digital se tornou alternativa singular de sobrevivência para o pequeno varejo, que agora busca usar a tecnologia como ferramenta de trabalho para potencializar suas principais fortalezas, como a venda física presencial, mas também agregando-a para otimizar a comunicação com o consumidor e canais de venda”. 

Em relação ao uso de tecnologia na gestão do negócio, os resultados variam por departamento. No setor administrativo e financeiro, 43% informaram usar ferramentas de gestão simples, como planilhas e documentos, e 39% têm softwares de gestão. Na área de gestão de pessoas, o número de empresas que não usam tecnologia sobe para 19%, enquanto 33% utiliza ferramentas de gestão simples. A organização e controle da área de marketing e vendas aparece com o percentual mais baixo de uso de tecnologia, com 36% usando ferramentas de gestão simples.

Entre as principais dificuldades relacionadas ao uso de tecnologia, 27% dos entrevistados apontaram o alto custo das ferramentas como o principal problema, seguido pela falta de mão de obra qualificada (19%) e dificuldade em traçar uma estratégia para uso da tecnologia (15%).

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