Os pagamentos pelo Pix foram tão bem recebidos no País que já serão desdobrados em outros serviços aos consumidores. A partir do final do mês, o Pix passará a permitir transações como saque e troco. Bruno Samora, head de Produtos – Banking & Fintech da Matera, empresa responsável pelo desenvolvimento do serviço, explica mais sobre a novidade. “Assim como demais serviços do Pix, o Saque e o Troco foram desenvolvidos pelo Bacen em estreita colaboração com entidades e representantes do setor privado, através de fóruns e consultas específicas. O Saque e o Troco têm o objetivo de trazer mais facilidade e conveniência para a população no acesso ao dinheiro físico, além de prover gratuidade de até oito saques mensais. A diferença entre os dois serviços é que o Troco é uma operação avulsa de saque, em que o cliente apenas recebe o valor desejado em numerário/dinheiro físico, enquanto no Saque a operação sempre está vinculada a uma compra, em que o valor final é acrescido daquele que se deseja.”
Os dois novos produtos estarão disponíveis nos estabelecimentos comerciais, em instituições que possuem rede própria de caixas eletrônicos (ATMs) ou ainda em empresas que fornecem esse serviço de forma compartilhada. No caso das lojas, será necessário realizar um credenciamento com uma instituição participante, que, nesse caso, será chamada de Provedor de Serviço de Saque (PSS). Esse credenciamento irá definir, por exemplo, horários de atendimento, quais produtos estarão disponíveis (saque, troco ou ambos), valores limites e também qual será a remuneração que o estabelecimento receberá por cada saque realizado. O Banco Central define um mínimo de 25 centavos por saque ou troco, mas há espaço para negociação com o PSS. Um ponto importante é que o PSS não precisa ser necessariamente a instituição em que o estabelecimento possui conta. A partir da celebração desse contrato, o estabelecimento comercial passa a integrar uma rede que fica disponível para todo usuário de Pix.
O limite máximo das transações do Pix Saque e do Pix Troco será de R$ 500 pela manhã e de R$ 100 no período das 20h às 6h. De qualquer forma, os ofertantes dos novos produtos do Pix terão autonomia para trabalhar com limites menores, caso considerem mais adequado. “É uma oportunidade para os supermercados, desde que os estabelecimentos saibam explorar bem essas novas ofertas, com conveniência e uma jornada adequada aos seus clientes. Isso pode ser um grande diferencial em regiões com pouca oferta de pontos de saque”, diz Samora.
Na lista de vantagens de oferecer os serviços também estão a possibilidade de gerar mais movimento no PDV por conta de novos clientes interessados no serviço e a oportunidade de gerar mais renda, uma vez que todas as operações feitas na loja são remuneradas.
“Ao mesmo tempo que para o cliente a operação é um saque, para o estabelecimento comercial ela é um depósito, pois converte o valor da gaveta em saldo em conta. Isso pode ajudar a reduzir risco ao diminuir a quantidade de dinheiro em espécie dentro do estabelecimento e também pode vir a ajudar com despesas e operações relacionadas ao transporte de valores”, complementa o especialista.
Em contrapartida, deve-se ter cuidado com a jornada de saque/troco de forma que não represente aumento nos tempos de espera, prejudicando a experiência de compra do shopper. Também é preciso estar muito atento às obrigações e responsabilidades ao celebrar acordos com os PSSs, ao uso adequado da marca Pix — que é regulada pelo Bacen —, e ao treinamento da equipe que irá viabilizar as operações nos caixas. É essencial se planejar de forma que esses serviços não tragam nenhum risco à operação.
Já aceita Pix em seu supermercado? Continue a leitura e conheça mais oportunidades que o serviço pode gerar para a sua rede.
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