Com o crescimento das compras online e a promessa do 5G, a expectativa é de que, em pouco tempo, os próprios eletrodomésticos enviem mensagens através da rede, facilitando a compra de itens recorrentes, quase que automaticamente, por meios digitais. Assim, para sair de casa rumo a um supermercado, o consumidor precisará de um propósito maior, de um significado, conforme explica Kátia Bello, diretora da Opus Design Comunicação Estratégica de Varejo. “A ressignificação do espaço será de extrema importância para o varejo, porque a loja física tem inputs de consumo que não são possíveis nas compras online.”
Ela defende que os supermercados sejam pensados como um espaço de interação social. Na Europa, já existem caixas destinados especialmente a pessoas idosas que, caso se sintam solitárias, podem ir ao mercado não somente para comprar, mas também para bater um papo com eles. Isso significa que os supermercados do presente precisam ser repensados e os do futuro, muito bem planejados, para que tenham outras funções. “O supermercado não vende só produtos ou serviços. As interações poderão ser decisivas para que o cliente escolha uma loja. É uma grande tendência pensar nos espaços e nas possibilidades de interação social que esse espaço e essas pessoas poderão ter entre si”, afirma Kátia.
Outra tendência que deve ficar no radar dos supermercadistas é o que ela chama de “dimensão humana”: quando arquitetura, design, equipamentos e comunicação visual são projetados para os supermercados, o foco deve ser sempre o ser humano. “Isso pode parecer óbvio, mas não é. Muitas lojas são construídas pensando no prédio ou em quantos produtos o local vai abrigar e são esquecidas as dimensões e a arquitetura voltadas às pessoas, aos humanos. E é isso o que vai ser um grande diferencial no futuro.”
Tanto a arquitetura quanto o design podem ser bastante estratégicos, possibilitando que as pessoas se sintam bem e motivadas a irem àquele supermercado. A tecnologia, nesse quesito, também pode ajudar. “Hoje, já fazemos projetos omnichannel, em que o cliente pode estar na loja física fazendo suas compras e pedir para entregar em casa, ou pode fazer uma compra no e-commerce, mesmo estando na loja física. Tudo isso agrega à experiência.”
Mas alerta: “Experiência não é só tecnologia. Experiência, muitas vezes, é ter um lugar para se sentar quando se está cansado no processo de compra”, conclui.
Para saber mais sobre as contribuições da arquitetura e da tecnologia na criação de experiências de compra diferenciadas, continue lendo.
Créditos da imagem: iStock