Quando se trata de produção industrial, o Brasil é o país mais caro para as empresas realizarem os seus negócios. A comparação realizada pela pesquisa “Onde fabricar? Análise global do custo de fazer negócios” conduzida pela KPMG, com metodologia de análise que envolve diferentes fatores de custo, incluindo aqueles que afetam diretamente os resultados de uma empresa e os que têm impactos indiretos no seu funcionamento.
Em contrapartida, o Canadá aparece como o país com o menor custo total entre as regiões analisadas, além dos mercados da Ásia-Pacífico que também tiveram um bom desempenho, liderados por Taiwan, Coreia do Sul e Malásia, ocupando, respectivamente, o segundo, o terceiro e o quarto lugar. Os Estados Unidos e o Reino Unido ficaram empatados, na quinta colocação do ranking
“A pesquisa evidencia que o custo para fazer negócios precisa ser analisado minuciosamente pelas empresas do setor industrial. Além disso, os mercados tradicionais de baixo custo, como México, Índia, China e Brasil, apresentaram custos de fazer negócios acima da média, quando consideramos os fatores secundários e seus impactos”, explica Luiz Sávio, sócio-líder de Manufatura Industrial da KPMG no Brasil.
O levantamento mostrou também que os fabricantes reconhecem cada vez mais que os custos com mão de obra são apenas uma parte do custo total para fazer negócios e que os custos secundários, que incluem análises do ambiente de negócios, costumam ser um melhor indicador do custo total. Já os países com melhor classificação no índice de custo secundário geralmente apresentam melhor desempenho nas classificações gerais, já que, das cinco economias mais competitivas na classificação geral, apenas a Malásia e Taiwan têm uma pontuação de custo primário melhor do que a de custo secundário.
Muitos fabricantes também estão reavaliando atualmente seus custos, considerando fatores como a estabilidade da cadeia de suprimentos ou a variabilidade das taxas de câmbio. Além disso, há diversos outros fatores como a transformação digital, ou mesmo os fatores geopolíticos que certamente elevam a complexidade da análise. “Em uma perspectiva otimista para o Brasil, o estudo representa uma substancial referência comparativa para as estratégias empresariais e políticas públicas que busquem planos concretos para reverter esse cenário”, completa Sávio.
Os índices atribuídos do ranking são os seguintes: Canadá (2,54), Taiwan (2,63), Coreia do Sul (2,65), Malásia (2,67), Estados Unidos (2,69), Reino Unido (2,69), Alemanha (2,74), Suíça (2,77), Irlanda (2,77), França (2,83), China (2,84), Itália (3,00), Japão (3,26), México (3,33), Vietnã (3,46), Índia (3,49) e Brasil (4,20).
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