A ruptura é um dos maiores vilões para as operações supermercadistas e marcas da indústria, já que ambos perdem uma oportunidade de venda e, ao mesmo tempo, frustram o consumidor que está decidido a comprar determinado produto. Neste cenário, existem diversos aspectos que resultam na falta de itens nas prateleiras, desde prazos de entrega, logística, produtos vencidos, e também as perdas.

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Para se ter uma ideia, a perda não identificada de produtos, que inclui erros operacionais, vem aumentando desde a pandemia, segundo a Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe). Desde que o vírus se espalhou pelo mundo, em 2020, este índice cresceu 23% nos supermercados, lojas de vizinhança e de conveniência. A Pesquisa de Prevenção de Perdas, feita pela Abrappe e a KMPG, ainda destaca que as perdas não identificadas nos supermercados aumentaram 53% no mesmo período.

Um levantamento feito pela Mob2Con diz que esse tipo de ruptura acontece com mais frequência no primeiro dia útil de cada semana, enquanto entre quinta-feira e sábado os índices são menores. Para Gustavo Carrer, gerente de desenvolvimento de negócios da Inwave, nunca foi tão importante utilizar tecnologia para reduzir perdas e, se possível, explorar as oportunidades de melhorar a produtividade das equipes de loja. “Um sistema de monitoramento de caixas, além de auditar transações de maior risco, pode ser integrado com um sistema de supervisão em tempo real. Assim, é possível reduzir as perdas e garantir aderência aos processos operacionais”, afirma.

Revisão de sortimento e análise de dados

Uma das estratégias que a Danone utiliza para combater rupturas é fazer revisão constante de sortimento nas redes varejistas. “Essa iniciativa tem como objetivo trazer maior assertividade sobre os volumes necessários em cada PDV, além de garantir que o produto certo esteja na loja certa e com a exposição adequada. Outra frente de atuação é a pesquisa de ruptura, feita pelo time de merchandising. Com este acompanhamento, conseguimos ter visibilidade sobre os itens que estão próximos de entrar em ruptura e evitar uma ocorrência”, explica Juliana Moreti, diretora de trade marketing e e-business da Danone.

De acordo com a executiva, a tecnologia ajuda a marca a se manter nos PDVs e combater um dos maiores desafios da indústria atualmente, que é ter previsibilidade de rupturas e, para isso a Danone utiliza um software de pesquisa para mapear os dados que fornecem maior segurança para as tomadas de decisão que garantem maior presença nas gôndolas. “Tão importante quanto a presença nas lojas é a inteligência agregada à exposição. Através do Portal de Gerenciamento de Categoria, uma ferramenta exclusiva Danone, os varejistas conseguem imputar dados que os auxiliam na definição do mix ideal, gerando um planograma de acordo com a árvore de decisão do shopper”, aponta Juliana Moreti.

Atenção aos processos e tecnologias de segurança

Para Gustavo Carrer, os pontos cruciais que o varejo precisa atacar para combater as perdas não identificadas envolvem o recebimento de mercadorias e o checkout e, para combater esse problema, o varejista deve dedicar uma atenção especial aos processos e suas respectivas vulnerabilidades. “Treinar e supervisionar as equipes é sempre muito importante, bem como explorar as ferramentas de análise de dados disponíveis. A utilização de análise inteligente de imagens é a grande tendência nesse campo. Atualmente, as redes podem usar as câmeras instaladas nas lojas para identificar ruptura nas gôndolas e o aumento da demanda por um item que, possivelmente, pode causar a ruptura em breve”, conta.

A diretora de trade marketing e e-business da Danone acredita que as redes do varejo devem combater as perdas não identificadas investindo, cada vez mais, em tecnologias de segurança, auditorias regulares, treinamento de funcionários, controle rigoroso de validade e quebras, integração de sistemas, parcerias com fornecedores e análise de dados. “Ao adotar uma abordagem abrangente e proativa, essas estratégias ajudam a minimizar as perdas não identificadas e a proteger a saúde financeira do varejista”, completa Juliana Moreti.