Não é novidade para ninguém que o plástico é um dos materiais mais nocivos ao meio ambiente. Então, reduzir o uso desse insumo deve gerar um ganho sustentável para a vida no planeta. E o setor supermercadista que vê a Agenda ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) cada vez mais presente na operação das empresas do setor, sabe que além de ofertar produtos, oferecer a opção de sacolinhas reutilizáveis para que o cliente transporte suas compras é um ‘caminho sem volta’ nessa mudança de comportamento por parte do consumidor brasileiro.
E essa iniciativa do setor teve seu pontapé inicial em 2011 na cidade de São Paulo com a aprovação da lei municipal nº 15.374/2011. O texto determinou a proibição da distribuição gratuita ou a venda de sacolas plásticas para os consumidores no transporte de mercadorias, adquiridas em estabelecimentos comerciais. Devido a lei, supermercados de todos os portes na cidade de São Paulo, passaram a estimular o uso de sacolas reutilizáveis, ou recomendar aquelas confeccionadas com material resistente.
Em vigor na cidade há uma década, a lei já colhe frutos. “Não existe lucro em cima da venda de sacolas para o consumidor. Cerca de 95% dos varejistas da APAS – Associação Paulista de Supermercados – apoiam ações que diminuam o impacto no meio ambiente”, afirma Paulo Pompilio, vice-presidente de Sustentabilidade da Associação.
O objetivo ao apresentar o case na edição da COP, realizada em novembro de 2021, foi mostrar na prática os resultados obtidos em termos sustentáveis até o momento, com a redução no uso das sacolinhas na cidade. “Eu preciso integrar o negócio do supermercado, dentro da expectativa e a realidade do novo momento, que é mais sustentável”, ressaltou o executivo.
De acordo com Thiago Petrobom, diretor da Ecosuporte, a lei da sacolinha na cidade de São Paulo se utiliza do conceito de que a sacola, mesmo sendo de plástico, tenha uma origem sustentável. “A ideia é que ela retorne ao estabelecimento em uma próxima compra”, ressaltou. Além da capital, cidades como Americana, que fica no interior do Estado de São Paulo; além dos Estados do Rio de Janeiro e do Pará já adotaram a prática no comércio.